sábado, 11 de novembro de 2006

Uma noite para recordar...

10 de Novembro de 2006...
Foi de facto uma noite marcante...
Reunidos à volta do fogo, caminheiros e guias-mais velhas, em memória do nosso querido irmão Luís, que partiu para junto do Pai à 2 anos atrás. Honraram-nos com a sua presença os seus pais e irmão, que mais tarde nessa noite viria a ser admitido no Clã de Santiago de Compostela.
Começámos com a velada de oração, oração partilhada, por todos, para todos, para o Luís.
Cada um partilhou os seus sentimentos, as suas emoções, uns com mais dificuldade que outros, mas todos sentiram, todos viveram.
No meio dos cânticos, de algumas lágrimas e choros, as velas permaneciam acesas, o lume permanecia vivo, a presença de espírito do nosso irmão Luís não era uma ideia, mas sim uma certeza.
Cantámos, orámos, relembrámos... a memória de um Caminheiro da Europa que ficará para sempre nas nossas memórias pelo seu fantástico sorriso, pela sua capacidade de entrega e de serviço, pela sua amizade e amor ao próximo.
Findada a velada, outro momento importante: Admissões ao Clã!
Embora o nosso caro Chefe de Clã não tenha podido estar presente, pelo menos em corpo, não deixou de ser um momento importante na vida dos 5 novos Pilotos do nosso Clã.
Foram admitidos o Tiago, o Diogo, o Miguel e o Ricardo, do Grupo de São Pedro de Caneças, e o Francisco, do Grupo de São Bento de Massamá.
Nesta noite intensa, ser admitido na mesma família que o seu irmão tão bem serviu, será sem dúvida para o Francisco uma noite que ele guardará no seu coração.
E agora, caros novos Pilotos, chegou a altura de provarem que estão prontos para o Serviço, não só no Escutismo, mas também no caminho da vossa vida.
"O Escuteiro empenha a sua honra para merecer confiança."
Abraço em Cristo
Vítor Almeida, RP
Caminheiro-Piloto do Clã de Santiago de Compostela

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

50 anos de Escutismo Europeu...

Dia 1 de Novembro de 1956. Um grupo de jovens reuniu-se em Colónia, Alemanha. O seu objectivo era simples: implementar uma estrutura escutista que constituísse uma base para desenvolver uma fraternidade europeia concreta e dinâmica. Desde então, centenas de chefes aceitaram esta agradável intuição para si próprios e fizeram o seu melhor para que a Federação do Escutismo Europeu crescesse e seguisse na plenitude este ideal de irmandade assente no Evangelho. É claro que o fundador do escutismo é Baden Powell e a sua mensagem é para todos os Homens da terra e nós não negamos este grande homem. Mas as nossas verdadeiras raízes são as do escutismo desenvolvido e aprofundado por grandes católicos como o Padre Jacques Sevin, Jean Corbisier e Mário di Carpegna. Assente nestas bases, o Escutismo Europeu desenvolveu uma pedagogia adaptada aos rapazes e raparigas do nosso tempo. Ao mesmo tempo, preservou os eixos inalteráveis da progressão humana que permanecem válidos em qualquer altura. “Nós procurámos rapazes e raparigas que aceitassem trabalhar na pobreza. Nós chamámos todos os que se sentem tentados pela maravilha do renovamento da Europa Cristã. Nós oferecemos-lhes o trabalho de limpadores da terra e o trabalho de apóstolos, sem prometer nada mais que a alegria de realizar uma tarefa difícil”. (Perig Géraud-Keraod, 1983). Tomar parte na educação de jovens é uma honra. Contudo, isto compromete-nos com um processo bem pensado e sério; é uma questão de lealdade permanecermos fiéis à intuição dos nossos fundadores, sem fantasias pedagógicas, mesmo que seja em nome de uma denominada “modernidade” ou quaisquer outras razões ilusórias. Para se construir algo verdadeiramente sólido é necessário basearmo-nos na experiência, tanto em duração como em obras realizadas. O passado idílico com que algumas pessoas sonham é um mito! Mas o passado existe, o Homem trabalhou com entusiasmo para deixar a sua marca no desenvolvimento da nossa civilização. Estas são experiências humanas de grande valor; se nós não tivermos em consideração estes elementos com honestidade, ou é orgulho, ou estupidez, talvez mesmo os dois!

A Federação do Escutismo Europeu progride com perseverança de encontro aos tempos que se aproximam, aprofundando o que existe e preparando novas maneiras que irão estender as nossas raízes em direcção ao céu, através de ramos dinâmicos e sólidos. Que toda a gente possa, na solenidade de Todos os Santos, encontrar um momento de oração para agradecer a Deus os dons recebidos durante estes 50 anos. A nossa consagração à Virgem Maria, em Lourdes em 1978, em Notre-Dame de Paris em 1984 e em Czestochowa em 2003, testemunha a nossa fidelidade e o nosso encaminhamento para a Fé Cristã. É também uma fonte interminável de dons e testemunhos através dos milhares de jovens que vivem nas nossas associações.

Jacques Mougenot,
Comissário Federal