sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Vézelay 2010 - relato de mais uma aventura

Pois é! Mais um ano escutista que está ainda no início, mais aventuras para percorrer, mais emoção para sentir, mais DEUS dentro de nós.

Uma dessas aventuras anuais é a peregrinação a Vézelay, uma actividade da e para a associação francesa, mas aberta a todas as outras associações, pois somos uma fraternidade europeia, com a mesma lei e as mesmas regras.

Este ano, um grupo de 4 caminheiros abraçaram este desafio, uns pela primeira vez, outros pela vontade de repetir uma experiência tão rica e tão próxima do Senhor como é esta, e ainda outros porque já é hábito participarem e sentem falta quando não estão presentes um ano que seja. Para o Vítor foi a sua 4.ª participação, para mim e para o Tiago foi a nossa 2ª participação e o Vasco foi o caloiro do ano.

Fomos pela aventura, mas principalmente porque somos caminheiros e pronunciámos uma promessa há alguns anos atrás. E a aventura começou logo no dia da viagem até França pois para chegar à casa onde iriamos ficar a primeira noite, em Rambouillet, na véspera de começar a actividade, tivemos de usar quase todos os transportes que existem. Avião, carro, comboio e no dia seguinte, autocarro.

Existem vários troços na peregrinação, mas nas duas vezes que fui, ficámos no troço de São Luís.

No primeiro dia de caminhada fomos com caminheiros da associação espanhola e esta iniciou-se com uma eucaristia em Pouque-Lormes. No primeiro dia estavam previstos 7 Km até Lormes onde iríamos pernoitar. Montámos o bivaque à chegada, preparámos o jantar e depois de alguns momentos de convívio e oração, fomos dormir.

No segundo dia, Sábado, acordámos bem cedo e com a bênção do Senhor. Chovia mas foi por pouco tempo. Depois do pequeno-almoço, tivemos a nossa eucaristia diária com os caminheiros da associação espanhola, e iniciámos a caminhada que seria de 15 Km até Chateu-Vauban, a Sul de Bazoches, desta vez sozinhos. Almoçámos pelo caminho, fizemos a nossa Hora Caminho, fomos encontrando alguns pilotos da associação francesa bem como alguns RS. Chegámos, montámos a tenda, lanchámos e preparámos tudo para fazermos algo que não costumamos fazer. Uma fogueira! Sim fizemos e ficou muito bem. Participámos na velada juntamente com os franceses e espanhóis e fomos dormir. Nesta noite choveu imenso e quem dormiu nas laterais da tenda ficou molhado. Nada de grave.

No terceiro dia, Domingo, eucaristia com as duas Associações e início de caminhada de cerca de 13 Km, mais uma vez sozinhos, até La Maladrerie, o local onde todos os troços se encontram. Como de costume, almoçámos pelo caminho e fizemos a nossa Hora Caminho. Chegámos, montámos o bivaque e esperámos até todos chegarem. Houve um hastear, e algum tempo livre para, por exemplo, podermos ir ao Carrick fazer algumas compras. É de referir que o nosso Comissário Nacional Lobitista, Vítor Almeida, recebeu nesta tarde o seu lenço amarelo de SEEONEE, o último grau de Ramo Amarelo, entregue pela Comissária Nacional Lobitista francesa, Clarisse Voutier. Em La Maladrerie vê-se o espírito que deve haver entre e dentro de cada clã e província. À noite deslocámo-nos até à Basílica de Santa Maria Madalena em Vézelay para uma noite de oração e confissões. Enquanto estamos à porta da Basílica para entrar, temos um momento de cânticos. Depois abrem-se as portas após uma cerimónia com novos RS. A basílica é enorme e a sensação ao entrar é do outro mundo, seja pela dimensão, seja pelo espectacular coro que temos, seja pelo momento da entrada da Custódia com o Santíssimo exposto. Depois de tudo isto findar voltamos a La Maladrerie para o nosso chocolate quente da praxe.

No último dia voltamos à basílica para a missa e no fim, após a cerimónia de despedida e dos respectivos discursos, regressamos ao autocarro para casa. Desta vez ficámos em Versailles. No dia seguinte regressámos de avião.

Para finalizar quero deixar um apelo a que todos participem pelo menos uma vez nesta actividade. É uma vivência que por muito que se escreva nunca chega e nunca descreve o que se vive. Quero também agradecer às famílias do Vincent, um Comissário de Distrito Francês e do Benoit, Chefe de Grupo em Versailles, que nos acolheram e proporcionaram mais uma experiência bastante rica.


Abraça também este desafio. VALE A PENA!

João Caracol, EP
Chefe da 1.ª Tribo de São Pedro de Caneças